quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Adoração


No Evangelho segundo S. Mateus cap. 2:1-11, encontramos a história dos reis magos. É uma história que me faz voltar algumas decadas atrás e lembrar quando a ouvia nos bancos da Escola Dominical. Com esta história, creio que bem podemos aprender algumas lições.
Num contexto protestante/evangélico a pergunta: A quem devemos cultuar? Parece à partida ser de fácil resposta. Vejamos.
Com o nascimento do Messias prometido em Belém da Judeia, eis que o rei Herodes fica sobremodo perturbado, ele e toda a Jerusalém. Ele procura ser simpático e interessado e indaga dos magos o local onde Jesus estaria, dizendo que também quer ir adorá-lo. Efectivamente ele não queria adorar Jesus. É-nos mostrado isso mais à frente no texto.
Os magos empreenderam uma longa viagem para adorar Aquele que era o Rei dos reis, o Rei dos judeus (vers.2) Eles reconheceram em Cristo a presença de Deus: "viemos adorá-Lo". Eles viajaram até Belém da Judeia não para adorar ou cultuar pessoas, mas sim o Salvador.
Jamais encontraremos referências a qualquer reverência ou devoção a Maria e José. Entretanto muitos nutrem por Maria um amor, uma devoção tal que é maior do que ao próprio Senhor Jesus. Infelizmente para muitos, Maria ocupa um lugar de primazia nas suas vidas.
"e, entraram na casa, encontraram o menino com a sua mãe, e, prostando-se, O adoraram..." (v.11) De facto Maria estava lá como mãe dedicada e cuidadosa, ela estava com o filho. Mas a adoração foi prestada ao Senhor Jesus. Precisamos ser extremamente cuidadosos quanto a isto - a quem estamos a adorar / cultuar? O culto Reformado é dirigido ao Único que é digno de receber a honra, a glória e o poder. Logo, tudo o que fizermos, se não tem este único e sublime propósito - então estivemos a fazer qualquer coisa menos cultuar ao Senhor. Se aquilo que nos leva a ir à Casa de Deus não é a verdadeira adoração centralizada na Pessoa do Senhor, então estamos em pecado.
Voltando à história dos magos - o texto diz-nos que eles chegaram diante de Jesus, adoraram-No e abriram os seus cofres e lhe ofertaram dádivas - ouro incenso e mirra. Creio que era aquilo que de melhor e mais valioso aqueles possuiam e, foi isso que ofertaram a Jesus.
E nós? Quando cultuamos o Senhor dos senhores, o Rei dos reis, Aquele que nos salvou e nos apresentou justificados diante do Pai mediante a Sua morte na cruz do Calvário - o que trazemos ao Senhor? Os restos? As sobras? A segunda escolha? Aquilo que não nos faz falta?
Ao adorarmos o Senhor, temos de abrir o nosso coração diante do Rei Jesus e oferecer-lhe o melhor.
Duas lições: Adorar / cultuar só e só ao SENHOR! O que dermos ao Senhor tem de ser sempre o MELHOR!
"Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça..." (Mateus 6:33)

2 comentários:

Daniel M.S. disse...

Exactamente meu irmão.A questão, agora é: como nós podemos em meio a uma cultura de entretenimento,levar as pessoas a adorar, em "espírito e em verdade", quando o que nós vemos em nossas igrejas é na maioria dos casos um culto à personalidade humana,quando não é a Satanás. O nosso melhor a Deus é fruto não só de uma experiência de reveleção que foi dada aos santos, mas também de uma experiência íntima e terrívelmente pessoal.

Luan Marçal disse...

Lembro quando o senhor pregou sobre esse capítulo. Tenho até meus apontamentos.. Quando estamos apaixonados por alguém fazemos de tudo para agradar a esse alguém. Se for preciso dar um presente, isso fica mais evidente ainda! Se pudéssemos, daríamos um carro 0 Km à pessoa amada, ou qualquer outro presente que agradasse o seu coração, não é verdade? Seria impossível demonstrar que amamos alguém dando a ele ou a ela algo estragado, ou de péssima qualidade. Sempre desejamos dar o melhor a quem amamos! E por que com o Senhor fazemos isso? Por que damos a Deus as sobras?

Os sacerdotes ainda questionaram ao Senhor: “Ah, estou ofertando, o que isso tem de ruim?”. Em outras palavras: “O que importa é o meu coração!”. “Ora, apresenta-o ao teu príncipe; terá ele agrado de ti? Ou aceitará ele a sua pessoa? diz o Senhor dos exércitos.” Essa foi a resposta do Senhor aos sacerdotes. Deus não estava se agradando do que eles estavam fazendo!

Sempre digo que tenho um “espelho espiritual” e me vejo, muitas vezes, fazendo o mesmo: entregando as sobras ao Senhor e ainda me achando na razão!

Que como sacerdotes do Senhor, possamos dar o nosso melhor a ele! Que realmente o Senhor possa estar no centro do nosso coração. Que possamos lembrar qual oferta temos oferecido ao Senhor e, verdadeiramente, voltar ao primeiro amor!

Um abraço meu querido pastor