No Evangelho segundo S. Mateus cap. 2:1-11, encontramos a história dos reis magos. É uma história que me faz voltar algumas decadas atrás e lembrar quando a ouvia nos bancos da Escola Dominical. Com esta história, creio que bem podemos aprender algumas lições.
Num contexto protestante/evangélico a pergunta: A quem devemos cultuar? Parece à partida ser de fácil resposta. Vejamos.
Com o nascimento do Messias prometido em Belém da Judeia, eis que o rei Herodes fica sobremodo perturbado, ele e toda a Jerusalém. Ele procura ser simpático e interessado e indaga dos magos o local onde Jesus estaria, dizendo que também quer ir adorá-lo. Efectivamente ele não queria adorar Jesus. É-nos mostrado isso mais à frente no texto.
Os magos empreenderam uma longa viagem para adorar Aquele que era o Rei dos reis, o Rei dos judeus (vers.2) Eles reconheceram em Cristo a presença de Deus: "viemos adorá-Lo". Eles viajaram até Belém da Judeia não para adorar ou cultuar pessoas, mas sim o Salvador.
Jamais encontraremos referências a qualquer reverência ou devoção a Maria e José. Entretanto muitos nutrem por Maria um amor, uma devoção tal que é maior do que ao próprio Senhor Jesus. Infelizmente para muitos, Maria ocupa um lugar de primazia nas suas vidas.
"e, entraram na casa, encontraram o menino com a sua mãe, e, prostando-se, O adoraram..." (v.11) De facto Maria estava lá como mãe dedicada e cuidadosa, ela estava com o filho. Mas a adoração foi prestada ao Senhor Jesus. Precisamos ser extremamente cuidadosos quanto a isto - a quem estamos a adorar / cultuar? O culto Reformado é dirigido ao Único que é digno de receber a honra, a glória e o poder. Logo, tudo o que fizermos, se não tem este único e sublime propósito - então estivemos a fazer qualquer coisa menos cultuar ao Senhor. Se aquilo que nos leva a ir à Casa de Deus não é a verdadeira adoração centralizada na Pessoa do Senhor, então estamos em pecado.
Voltando à história dos magos - o texto diz-nos que eles chegaram diante de Jesus, adoraram-No e abriram os seus cofres e lhe ofertaram dádivas - ouro incenso e mirra. Creio que era aquilo que de melhor e mais valioso aqueles possuiam e, foi isso que ofertaram a Jesus.
E nós? Quando cultuamos o Senhor dos senhores, o Rei dos reis, Aquele que nos salvou e nos apresentou justificados diante do Pai mediante a Sua morte na cruz do Calvário - o que trazemos ao Senhor? Os restos? As sobras? A segunda escolha? Aquilo que não nos faz falta?
Ao adorarmos o Senhor, temos de abrir o nosso coração diante do Rei Jesus e oferecer-lhe o melhor.
Duas lições: Adorar / cultuar só e só ao SENHOR! O que dermos ao Senhor tem de ser sempre o MELHOR!
"Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça..." (Mateus 6:33)
2 comentários:
Exactamente meu irmão.A questão, agora é: como nós podemos em meio a uma cultura de entretenimento,levar as pessoas a adorar, em "espírito e em verdade", quando o que nós vemos em nossas igrejas é na maioria dos casos um culto à personalidade humana,quando não é a Satanás. O nosso melhor a Deus é fruto não só de uma experiência de reveleção que foi dada aos santos, mas também de uma experiência íntima e terrívelmente pessoal.
Lembro quando o senhor pregou sobre esse capítulo. Tenho até meus apontamentos.. Quando estamos apaixonados por alguém fazemos de tudo para agradar a esse alguém. Se for preciso dar um presente, isso fica mais evidente ainda! Se pudéssemos, daríamos um carro 0 Km à pessoa amada, ou qualquer outro presente que agradasse o seu coração, não é verdade? Seria impossível demonstrar que amamos alguém dando a ele ou a ela algo estragado, ou de péssima qualidade. Sempre desejamos dar o melhor a quem amamos! E por que com o Senhor fazemos isso? Por que damos a Deus as sobras?
Os sacerdotes ainda questionaram ao Senhor: “Ah, estou ofertando, o que isso tem de ruim?”. Em outras palavras: “O que importa é o meu coração!”. “Ora, apresenta-o ao teu príncipe; terá ele agrado de ti? Ou aceitará ele a sua pessoa? diz o Senhor dos exércitos.” Essa foi a resposta do Senhor aos sacerdotes. Deus não estava se agradando do que eles estavam fazendo!
Sempre digo que tenho um “espelho espiritual” e me vejo, muitas vezes, fazendo o mesmo: entregando as sobras ao Senhor e ainda me achando na razão!
Que como sacerdotes do Senhor, possamos dar o nosso melhor a ele! Que realmente o Senhor possa estar no centro do nosso coração. Que possamos lembrar qual oferta temos oferecido ao Senhor e, verdadeiramente, voltar ao primeiro amor!
Um abraço meu querido pastor
Enviar um comentário