segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Restaura, Senhor



Esta foto mostra um prédio - certamente quando foi construído e habitado, era um prédio imponente. Passaram os anos, decadas certamente, e foi perdendo a sua imponência. Para voltar a ser o que era - precisa de RESTAURAÇÃO.

Portugal viveu 60 anos sob o domínio dos Filipes de Espanha, porque perdeu a sua Independência. Havia necessidade de RESTAURAÇÃO. Restauração essa que veio a acontecer na revolta de 1640. Hoje Portugal comemora a Restauração da Independência a 1 de Dezembro.
Aplicando estas coisas à vida cristã, vemos que numa ou noutra área da nossa vida, também necessitamos de restauração.
Davi, certa ocasião clama a Deus para "Tornar a dar-lhe a alegria da sua salvação" (Salmo 51:12). O que aconteceu? Por causa do pecado ele tinha perdido algo que lhe era mui precioso. Ao pedir ao Senhor para lhe tornar a dar a alegria da sua salvação; Davi estava a clamar por restauração.
No Salmo 126, o salmista igualmente clama a Deus e diz: " Faze-nos regressar outra vez...". Numa outra versão, o mesmo texto diz: "Restaura, Senhor a nossa sorte..."
São muitas vezes os cuidados deste mundo, os nossos pecados, os próprios desafios da vida que cooperam para o nosso desgaste. São coisas ou situações que muitas vezes nos "roubam algo que nos é muito precioso".
Restaurar é então recuperar o que em algum momento se perdeu. Através da restauração somos revigorados. Restaurar é recuperar as forças e voltar a confiar no Senhor. O profeta Isaías escreveu: "Os que esperam no Senhor renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão." (Isaías 40:31)
Provavelmente, ao olharmos para nós próprios, veremos a necessidade de fazer esta mesma oração a Deus: "Restaura, Senhor... Faze-nos regressar outra vez..."
Talvez tenhamos perdido o primeiro amor, ou deixado de amar a Deus com todas as nossas forças e de todo o nosso entendimento, ou ainda tenhamos deixado de ter compaixão pelos perdidos... enfim, tantas outras coisas que devido a circunstâncias, temos perdido.
Que o nosso "grito" seja: Restaura-nos Senhor.
Que Deus nos abençoe.
ML

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

É MELHOR



A leitura de I de Samuel 15, no meu entender, é extremamente forte - Deus manda destruir tudo o que estivesse relacionado com os amalequitas, isto não só incluia o seu gado e bens como a morte de homens, mulheres e crianças.
Fazendo um paralelismo relacionado com a obediência, temos a ordem que o Patriarca Abraão recebeu do Senhor: "Sai da tua terra...". Foi uma ordem bem definida.
O homem tem sérias dificuldades em obedecer a algo que não entende ou desconhece. Quer saber tudo, quer tudo bem explicado e compreender o porqûê de cada pormenor. No caso de Abraão, ele recebeu uma ordem que tinha de ser obedecida - o Senhor não lhe revelou cada detalhe, simplesmente o chamou e lhe deu uma certeza: Seria abençoado e seria uma bênção.
A obediência incondicional ao Senhor, implica muitas vezes, deixar tudo para trás e ir numa direcção desconhecida.
O cap. 15 de Samuel fala-nos de obediência.
Amaleque tinha causado grande dano a Israel. Eles eram idólatras e corruptos. Então o Senhor disse a Samuel aquilo que tinha de ser feito: "Vai, pois, agora, e fere a Amaleque, e destrói totalmente tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas e desde os camelos até aos jumentos". Tudo tinha de ser destruído.
Aparentemente Saúl prontificou-se a obedecer às instruções que tinha recebido de Samuel, o qual tinha sido instruído pelo próprio Senhor. Saúl então junta as tropas, faz uma emboscada e aparentemente destrói tudo. Poupa os queneus, eles tinham sido misericordiosos com Israel, e poupa também o rei dos amalequitas, Agague. Ao olhar para aquilo que era dos amalequitas, ele foi tentado a aproveitar o melhor que eles tinham - poupou o melhor das ovelhas e vacas e bens preciosos. Talvez ele tivesse pensado que era uma grande perda, um grande desperdício... ovelhas e vacas tão bem tratadas, tão bonitas, hum... e aquelas coisas preciosas...
Só que Deus tinha dito para destruir tudo - era o julgamento sobre a perversidade daquele povo.
É evidente que esta atitude de Saúl (ainda que aparentemente cheia de boas intenções) não agradou ao Senhor. Simplesmente ele desobedeceu.
Deus manda Samuel repreender a Saúl. E, quando Samuel o interroga acerca das ovelhas e vacas, ele encontra logo uma justificação: "O melhor nós aproveitámos para oferecer ao Senhor". Efectivamente parece uma coisa boa, afinal ele poupou aquilo mas é para oferecer ao Senhor. Mas a ordem não tinha em conta isso, a ordem foi para destruir tudo. Aquilo que Saúl fez foi desobedecer.
Samuel pergunta-lhe: "Será então que o Senhor tem tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em obediência à Sua palavra?" Obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender é melhor do que a gordura de carneiros.
Quando olhamos para o que Deus mandou fazer e depois para aquilo que foi feito, podemos ver o nosso próprio retrato. O Senhor nos manda fazer algo, nós fazemos mas à nossa maneira. Aparentemente obedecemos. Por vezes tentamos como que compensar a desobediência ao fazermos aquilo que Saúl fez; alterei só um pouco, e o que fiz vai ser para o Senhor. Se não estamos a fazer aquilo que Deus manda, ainda que contornemos a situação - estamos a desobedecer. Obedecer é melhor do que o sacrificar, obedecer é melhor do que apresentar compensações. Atender é melhor do que a gordura dos carneiros. seguir os preceitos do Senhor é sempre melhor do que aquilo que podemos apresentar como alternativas.
Aqui ficam alguns exemplos:
"Não vos conformeis com o mundo..." (Romanos 12:2) É um mandamento. O não nos conformarmos com o mundo é não termos a nossa confiança nas coisas deste mundo, é o não servirmos a dois senhores e por ai adiante. É verdade que tentamos fazer isto e dizemos que não somos do mundo, mas ao mesmo tempo não abandonamos completamente determinadas coisas ou situações. Servimos a Deus mas também servimos o mundo. Isto é desobediência - desobediência é pecado.
"Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros..." (João 13:34) Se não estamos a nos amar uns aos outros, ainda que tentemos fazer outras coisas boas para conpensar; estamos a desobedecer ao Senhor.
"Buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça..." (Mateus 6:33) Se não estamos a buscar ao Senhor em primeiro lugar, se o Senhor não é a prioridade na nossa vida, se não estamos a dar o melhor para o Senhor - ainda que depois tentemos compensar com outras coisas; estamos a desobedecer.
Obedecer ao Senhor é melhor, obedecer ao Senhor é-lhe mais agradável do que os sacrifícios, os grandes feitos, as grandes ofertas.
A Deus toda a Glória!
ML

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008




É verdade, o Carnaval já lá vai e para o ano haverá mais. Por esta razão aqui fica aquilo que preguei no Domingo, dia 3 de Fevereiro do ano da graça de 2008.



Provavelmente já nos fizeram perguntas sobre o Carnaval:




  • Os cristãos podem envolver-se com o Carnaval?


  • Os cristãos podem juntar-se à multidão eufórica?


  • Os filhos dos crentes podem brincar ao Carnaval, como seja o mascararem-se?


  • Haverá algum mal?



Ora bem, para responder a estas questões tão pertinentes, nada melhor do que nos socorrermos da nossa única regra de fé e prática:




"Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam". (I Coríntios 10:23)




Agora pergunto eu e respondo eu:






  • Podemos nos envolver com o Carnaval? Podemos.


  • Podemos nos juntar à multidão eufórica? Podemos.


  • Os nossos filhos podem brincar ao Carnaval? Podem.



São coisas que nos convêm? NÃO!




São coisas que edificam? NÃO!




O Carnaval, como bem sabemos, é basicamente uma festa pagã. É um tempo onde as pessoas se entregam de um modo desenfreado. A carnalidade aflora a toda a força; toda a espécie de sentimentos e provocações sensuais são fortemente estimuladas.

Será então o Carnaval uma coisa boa para o cristão? Sairá o cristão mais edificado, santificado? Creio que não.

A primeira pergunta do Catecismo diz:

Qual é o fim principal do hoem? O fim principal do homem é glorificar a Deus e ter prazer n'Ele eternamente.

Glorificamos a Deus envolvendo-nos com coisas deste tipo? Paulo diz na carta aos Romanos cap. 12:2 para não nos conformarmos com este mundo, mas transformarmo-nos pela renovação do nosso entendimento, para que experimentemos qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

Na primeira carta que Paulo escreveu ao jovem pastor Timóteo, no cap. 6, o Apóstolo transmite para Timóteo uma série de príncipios de conduta que o cristão necessita adoptar. Ao fazer isso ele contrasta com coisas que o cristão não deve seguir ou ter na sua vida, como sejam: a soberba, inveja, discussões, blasfémias, suspeitas, contendas. São este tipo de coisas que o homem natural segue. Mas Paulo diz ao jovem: "Mas tu, ó homem de Deus, foge dessas coisas..." Mesmo que os outros estejam a seguir essas coisas, mesmo que os outros se estejam a divertir no Carnaval, foge dessas coisas. São efectivamente coisas que não glorificam a Deus.

Há coisas bem mais interessantes e salutares para seguir. Paulo fala aqui de algumas, estas sim agradam ao Senhor:

  • Justiça
  • Piedade
  • Caridade
  • Paciência
  • Mansidão

Milita, toma posse da vida eterna - aponta-nos para uma vida de compromisso e fidelidade ao Senhor. Seguindo estas coisas, coisas estas ligadas à fé, à vida eterna, podemos dizer que são os tais tesouros que devemos ajuntar no céu. (Mateus 6)

"Que guardes este mandamento sem mácula e repreensão". Era dever de Timóteo guardar este mandamento; ser zeloso no cumprimento do mesmo.

"Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado..." - Este depósito é o depósito da verdade, aquilo que foi entregue a Timóteo e que ele devia transmitir aos outros (II Tim. 2:2)

Devemos também nós estar empenhados em seguir o que está ligado à fé, aquilo em que devemos ter grande gozo no Senhor e guardar a Verdade nos nossos corações.

SOLA SCRIPTURA!

Manuel Luzia

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Escravos do Pecado


Evangelho segundo S. Mateus 6:19-24



O Sermão do Monte, como ficou conhecido, é sublime. O divino Mestre conhecia a realidade da vida, sabia dos desafios que os Seus discípulos iriam enfrentar, assim prepara-os para a realidade da vida cristã.
Olhando um pouco para o contexto, vemos que Senhor Jesus lembra os discípulos daquilo que são no mundo - "sal da terra e luz do mundo", apontando para a responsabilidade de serem cristãos de verdade, (não somente ouvintes da Palavra...). Depois aborda a questão do cumprimento da lei. De certa forma Ele surpreende os homens quando vai um pouco além para explicar o cumprimento da Lei. Não se tratava de cumprir determinados aspectos da lei e pronto, o assunto estava arrumado. Isto porque o pecar não é somente quando o homem pratica algo que transgride a Lei - Jesus mostrou que o homem também peca em pensamento (cap. 5:27-28)
Em Mateus 6:19-24 o Senhor Jesus fala dos bens e da candeia do corpo.

BENS

Aquilo que a pessoa possui, os tesouros terrenos, tendem a dominar e controlar a personalidade inteira. Muita gente vive em função dessas coisas.

Aquilo que o Senhor Jesus está a dizer, não é que seja pecado possuirmos coisas ou ajuntarmos, o que Ele condena é o homem confiar nessas coisas, nos tesouros terrenos. São bens temporais (v. 19). Nenhum desses tesouros perdura. Porém muitos vivem uma falsa esperança quando estão apegados aos "seus tesouros". E, estes tesouros podem ser muitas coisas.

  • Quantos estão a confiar na sua aparência pessoal? Há hoje uma grande indústria voltada para esta preocupação das pessoas. A todo o custo querem manter a aparência jovem, mesmo que já tenham passado a "casa" dos 70 anos. É mais do que certo que a aparência perecerá.
  • Bens materiais, dinheiro - não o podemos levar quando Deus no chamar. Quando o homem morre; deixa os seus familiares, a casa, o carro, a conta bancária, tudo.

Jesus aponta para valores mais elevados, valores eternos: "ajuntai tesouros no céu..." - A nossa esperança deve estar no céu; a nossa confiança deve estar no céu; a nossa alegria deve estar nas coisas eternas.

A vida é controlada, vivida, tendo consciência desta realidade? Não! Não porque o pecado cega a mente dos homens. O homem imerso no pecado, sendo servo ou escravo do pecado, não é capaz de perceber tal realidade.

A CANDEIA DO CORPO

Nos vers. 22 e 23 o Senhor fala aos Seus discípulos da candeia do corpo, apontando para os olhos. Eles podem ser bons ou maus.

Se os nossos olhos forem bons, poderemos dizer que são olhos que contemplam a beleza de Cristo; sentem a grandeza do amor de Deus manifestado na cruz do Calvário. São olhos voltados para o Senhor Jesus, Autor e consumador da fé (Heb. 12:1-2). São olhos que pela graça de Deus conseguem distinguir o bem e o mal; são olhos que lêem a Palavra de Deus. O oposto é bem diferente - olhos maus levam o homem a levantar-se para julgar/condenar; são olhos que cobiçam e conduzem o homem ao pecado. O Senhor diz então: "se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz, mas se forem maus será tenebroso." E na segunda parte do verso 3 diz: "Se, portanto, a luz que em ti há são trevas quão grandes serão tais trevas."

Graças a Deus que enviou o Seu Filho para nos tirar das trevas! Jesus é a luz do mundo, quem O segue não anda em trevas, mas tem a luz da vida. (João 8:12)

Paulo diz para andarmos como filhos da luz. (Efésios 5:8) - Creio que isto acontece quando pela graça de Deus deixamos de ser servos do pecado e passamos a pertencer ao Senhor.

Que a luz de Cristo ilumine os nossos corações.

ML